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Pediatria Simples

Febre de crianças exige cabeça fria dos pais

Academia Americana de Pediatria alerta para risco de excesso de medicação

Por Da Redação de VEJA 28 fev 2011


Cuidados em casa: antes de correr para o médico, preste atenção a sintomas como irritabilidade, letargia e aversão a líquidos e alimentos
Cuidados em casa: antes de correr para o médico, preste atenção a sintomas como irritabilidade, letargia e aversão a líquidos e alimentos (BananaStock/Thinkstock/VEJA/VEJA)

A febre infantil é uma das maiores preocupações dos pais, que combatem o problema com a medicação que têm em mãos e, em seguida, com uma visita ao pediatra. O uso descontrolado de antitérmicos, contudo, é uma preocupação da Academia Americana de Pediatria, que acaba de publicar, no periódico médico Pedriatrics, uma pesquisa que busca desvendar mitos relativos à febre e alertar os pais para o risco da automedicação.
De acordo com Henry Farrar, coautor do estudo, os pais tendem a exagerar no tratamento da febre, o que pode desaguar na sobredose de medicação. Há muita ansiedade quando a criança está com febre, diz.
O aumento da temperatura infantil é causado muitas vezes por viroses que tendem a ceder naturalmente, derrotadas pelo sistema imunológico sem uso de medicamentos e sem prejuízos à criança. A febre, nesses casos, ajuda a reduzir a infestação por vírus e bactérias e pode aumentar a produção de células de defesa. O estudo alerta ainda que temperaturas inferiores a 38 C não caracterizam estado febril. Somente a partir dessa marca deve-se considerar mecanismos de controle da temperatura da criança.
Para Farrar, o mais importante não é a temperatura em si, mas o comportamento da criança. Sintomas como irritabilidade, letargia e aversão a líquidos e alimentos são indicativos da gravidade do problema. Nesses casos, deve se procurar o cuidado médico. Crianças abaixo dos três meses de idade merecem uma atenção redobrada: assim que a temperatura atingir os 38 C, o especialista também deve ser consultado, já que crianças nessa fase podem adoecer gravemente sem exibir sintomas. Outra exceção são as crianças com problemas cardíacos.
Entre as drogas disponíveis no mercado, a preferência recai sobre dois remédios: ibuprofeno e acetaminofeno (mais conhecido como paracetamol). As evidências apontam que o uso combinado dois dois pode ser mais eficiente no combate ao problema, mas trata-se de um método não indicado, já que a mistura pode trazer riscos à saúde.
Palavra do especialista - O pediatra José Gabel, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria, diz que só é necessário procurar ajuda médica se a febre não ceder no prazo de 48 horas. Outras razões são temperaturas muito elevadas ou ainda problema prévio de saúde. Em geral, de 20% a 30% das consultas pediátricas são devidas à febre sem nenhum tipo de associação: são casos isolados de temperatura elevada, fruto de uma reação orgânica e fisiológica, diz Gabel
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