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Pediatria Simples

O encontro de Emaús

Segue algumas reflexões a respeito do episódio que segue a Ressurreição de Jesus. O texto pode ser lido na íntegra aqui.



13 Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para um povoado chamado Emaús, a onze quilômetros de Jerusalém.

O episódio relatado por Lucas aconteceu no dia da ressurreição, durante e após uma caminhada de onze quilômetros de Jerusalém até Emaús (veja 24:13-32). Emaús era uma das vilas que Pilatos havia devastado enquanto perseguia Barrabás.  



14 No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido.  

Eles haviam vivido os acontecimentos intensos daquela semana. Viram Jesus entrar em Jerusalém sobre um tapete de ramos, montado num jumentinho, aclamado com um rei pacífico; Presenciaram enquanto ele expulsava os cambistas impuros do Templo; Participaram da ceia do pesach na companhia do Mestre seguido da vigília no Getsêmani... e o que se seguiu: prisão, dispersão, tortura, julgamento injusto, condenação, execução, sepultamento e... notícias desencontradas sobre... ressurreição.



 15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles; 16 mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo.
 17a 
Ele lhes perguntou: "Sobre o que vocês estão discutindo enquanto caminham?

Duas pessoas, Cleopas e um amigo (ou, como pensam alguns, a esposa dele), são acompanhadas por uma terceira que eles não reconhecem. O estranho - que não foi reconhecido - começa a conversar com eles. É óbvio que o assunto da conversa
era Jesus.

O que impediu os discípulos de reconhecer Jesus?



17b Eles pararam, com os rostos entristecidos.
18 Um deles, chamado Cleopas, perguntou-lhe: "Você é o único visitante em Jerusalém que não sabe das coisas que ali aconteceram nestes dias?"
19a 
"Que coisas?", perguntou ele.

O que impediu os discípulos de reconhecer Jesus?

a. tristeza (17)



Os discípulos deram um resumo do ocorrido, mas em momento nenhum eles relacionam o que aconteceu com Jesus de Nazaré a um evento vindo de Deus - eles achavam que todos os acontecimentos eram eventos orquestrados e conduzidos por homens e não imaginavam que havia um propósito divino em tudo aquilo.

O que impediu os discípulos de reconhecer Jesus?
b. frustração / decepção (21)
c. dúvida (24)


19b "O que aconteceu com Jesus de Nazaré", responderam eles. "Ele era um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo.
20 Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram; 21 e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu.
22 Algumas das mulheres entre nós nos deram um susto hoje. Foram de manhã bem cedo ao sepulcro 23 e não acharam o corpo dele. Voltaram e nos contaram ter tido uma visão de anjos, que disseram que ele está vivo.
24 Alguns dos nossos companheiros foram ao sepulcro e encontraram tudo exatamente como as mulheres tinham dito, mas não o viram."  



A versão contada pelos discípulos está centralizada nos acontecimentos dos últimos três dias. A versão contada por Jesus interpreta os últimos acontecimentos à luz do plano divino desde a eternidade (o primeiro versículo dos livros de Moisés começa na eternidade)  

25 Ele lhes disse: "Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram!
26 Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?"
27
E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.



28 Ao se aproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante.
29 Mas eles insistiram muito com ele: "Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando". Então, ele entrou para ficar com eles.


Ao se aproximarem do povoado - A caminhada chegava ao fim para os dois discípulos, mas Jesus demonstrou querer ir mais adiante (28). O Reino de Deus não pode ficar circunscrito às cercanias de Jerusalém. JESUS não ressuscita cansado, mas pronto pra seguir em frente com sua missão!!!

a noite já vem - Noite é escuridão - ausência de luz - representa perigo, incerteza e risco... Três dos quatro evangelistas registram que entre meio dia e três da tarde durante a crucificação houve trevas (escuridão) Mt 27:45, Mc 15:33; Lc 23:44. É como se a noite chegasse antes para aqueles que vislumbravam a cena da paixão.

Jesus entrou para ficar com eles - Jesus havia vencido o poder das trevas, a paixão estava consumada - o mundo agora estava adiante. Jesus, porém, é paciente ainda para entrar na casa de dois pobres e desiludidos discípulos para desbloquear-lhes a visão.  



30 Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles.

Durante a refeição Jesus age de uma maneira peculiar aos discípulos durante a refeição.

Ele toma o pão, o abençoa, o parte e lhes devolve para come-lo (30-31). Exatamente como fizera no cenáculo, na noite em que foi traído, há poucos dias atrás.

O que acontece a seguir?  



31 Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles.
32 Perguntaram-se um ao outro: "Não estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras? 

Isto tem um efeito maravilhoso sobre nós: A Palavra faz arder o coração...
Compartilhar a vida com Jesus faz abrir dos olhos...

O que impediu os discípulos de reconhecer Jesus?
Durante a caminhada os discípulos olharam para a própria tristeza e frustração; olharam para o sofrido vilarejo de Emaús; viram o perigo da noite chegando; mas foram incapazes de olhar para a face de Jesus que estava bem ao lado.


33 Levantaram-se e voltaram imediatamente para Jerusalém. Ali encontraram os Onze e os que estavam com eles reunidos, 34 que diziam: "É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!"
35 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como Jesus fora reconhecido por eles quando partia o pão
.

Quando partiram o pão, a Palavra que queimava o coração e o Poder que transforma finalmente se encontraram!

Finalmente eles entenderam as Escrituras e o Poder de Deus (Mt 22:29 "Vocês erram porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!"). Pararam de errar e "voltaram imediatamente" para Jerusalém.  

Nem mesmo o medo da noite poderia impedir estes discípulos de compartilhar sua recente descoberta com outras pessoas. Eles haviam experimentado o perfeito amor, e não há medo que possa resistir a isto (1 João 4:18).



30 Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles.

Durante a refeição Jesus age de uma maneira peculiar aos discípulos. Ele toma o pão, o abençoa, o parte e lhes devolve para come-lo (30-31). O texto diz que os discípulos finalmente O reconheceram quando partia o pão (35).

Tomar
Jesus toma o que lhe oferecemos e nós entregamos aquilo que temos... A oferta é pessoal: somos nós, são nossos pecados e virtudes, é tudo o que somos, mesmo quando isso não represente muito. Deus nos recebe exatamente como somos, da forma como lhe entregamos. Deus não toma à força; Deus não nos explora; Deus não nos obriga; Não exige embalagens. Ele toma aquilo que oferecemos. 

Abençoar
Aquilo que oferecemos a Jesus, ele oferece a Deus com gratidão [Bendito sejas Tu, Eterno nosso Deus, Rei do Universo, que da terra fazes crescer o pão]. Gratidão é uma forma de apreciação e valorização. Ele não examina para ver se tem defeitos, não avalia nem calcula o valor, não critica nem rejeita nossa oferta. Ele oferece ao Pai o que lhe entregamos.

Partir
Nossas ofertas não permanecem como trazemos. Quando estamos à Mesa, não temos permissão de permanecer da mesma forma. A quebra de nosso orgulho não é algo ruim; ela nos abre para uma nova vida, para a ação salvadora. Esse "partir" torna impossível entender nossa participação na salvação como uma vida de serenidade imperturbada, sem sofrimento, uma vida protegida de perturbações, privilegiada, isenta de dor, humilhação e rejeição. Descobrimos isso inicialmente em Jesus - o corpo partido, o sangue derramado - e, depois, em nós mesmos.

Dar
A última ação é dar. Jesus nos devolve o que levamos até ele, o que somos; e recebemos o que ele dá. No entanto, não recebemos de volta exatamente aquilo que entregamos. Nossa oferta foi quebrada, foi transformada naquilo que chamamos de "maravilhosa graça". Tudo o que levamos até Jesus nos é devolvido com abundância para que outros possam experimentar através de nós aquilo que foi feito em nós. 



O encontro de Emaús nos habilita para um viver missional.  Deus vem ao nosso encontro em nossas dúvidas, medos e frustrações. Ele não se importa em dar atenção... eventualmente até interrompe a própria caminhada para ficar um pouco conosco... abre nossos olhos e segue Seu caminho ao encontro de outros... enquanto isso eu, com os olhos abertos, tomo caminho da estrada, vencendo meus próprios medos, dúvidas e frustrações, para anunciar esta mensagem maravilhosa!

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