Uso de Andador

Um dos maiores riscos associados a este acessório é exatamente o fato de a criança ter maior mobilidade, ficando exposta a quedas, queimaduras, intoxicações, afogamentos e traumatismos. Os pais ficam com a falsa idéia que podem se descuidar da criança e que ela está segura, enquanto ela consegue ter acesso a áreas da casa que não teria por seus próprios meios.

Basta a proximidade de uma escada, de uma piscina, de estantes , televisões , objetos em cima dos móveis, portas, tapetes para que o brinquedo se transforme numa verdadeira arma contra a segurança do bebê, que pode virar o andador e cair, despencar escada abaixo, puxar os objetos para si, etc.

Mesmo que os pais estejam por perto a vigiar, por vezes a velocidade em que ocorre o acidente não permite que eles consigam evitar. Quanto ao desenvolvimento, o andador acostuma o bebê a se mover sem precisar usar efetivamente sua força muscular , e a criança acaba por demorar mais tempo para se colocar de pé sozinha ou andar. No Canadá a venda, propaganda e qualquer tipo de comercialização de andadores é proibida por lei, e o governo recomenda a quem tiver este acessório que o destrua e jogue fora.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam que não se use este brinquedo. Aliás, a SBP chegou a comparar em publicação oficial: “colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um guri de dez anos”. Portanto, mais vale resistir à tentação de ver seu pequenino “voar” pela casa com a melhor cara do mundo em um brinquedo colorido, caro e perigoso. Um cercado cheio de brinquedos da mesma forma coloridos e barulhentos vai deixar seu filhote feliz da mesma maneira e em segurança. Pode até dar um alívio para fazer outra atividade enquanto ele se distrai e estimula o ficar de pé e andar segurando nas bordas do cercado.

Publicado em 1 de outubro de 2012 / Atualizado em 7 de outubro de 2013 American Academy of Pediatrics. (2001) Committee on Injury and Poison Prevention. Injuries associated with infant walkers. Pediatrics;108:790-2. Retrieved from: Pediatrics.aappublications.org
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes na Infância e na Adolescência. Retrieved from: Sbp.com.br Canada, H. (2004). Baby Walkers (Banned) and Stationary Activity Centres. Retrieved from: Hc-sc.gc.ca